31 de dez. de 2020

Transformers: War For Cybertron Trilogy - O Nascer da Terra, uma história não tão óbvia de Autobots vs Decepticons (Sem Spoilers)

 Saudações Cybertronianas...

Imagens: Divulgação


No dia 30 Dez 2020 estreou a segunda parte da trilogia TRANSFORMERS WAR FOR CYBERTRON - NASCER DA TERRA no serviço de streaming da Netflix, ainda dividindo opiniões entre fãs do mundo todo. Após alguns meses de espera e alguns trailers, já tinha-se ideia de que a série trabalharia com muitos conceitos, dando um medo de como o roteiro poderia trabalhar com tantos núcleos simultaneamente e ainda ter uma história coesa.

Antes de mais nada, a continuação de 
TRANSFORMERS WAR FOR CYBERTRON - O CERCO nos trás novamente uma equipe de Autobots desolados, agora nos confins do universo, que têm que lutar contra o tempo para encontrar novamente o Allspark antes que seu planeta natal Cybertron morra de uma vez, além de combater os Mercenários, um grupo independente de ambas as facções, a ira de Megatron e seus Decepticons. Ao longo de seus 6 episódios, a série trabalha seus núcleos simultaneamente conforme a história avança, alternando entre os Autobots perdidos na Arca, os desesperados Decepticons e a resistência Autobot comandada por Elita-1.

O que mais impressiona é o trabalho bem feito na construção de alguns personagens, como Megatron, que ainda possui um grande senso patrióticos, a compaixão por seus soldados e a seus próprios objetivos por serem cumpridos. No entanto, tudo vai abaixo quando da retirada forçada do Allspark do planeta feita por Optimus Prime, levando a crise energética em Cybertron a seu auge. Com a falta de energia, poucos inimigos a combater e ideais agora sem sentido, a série mostra a deterioração mental que o voraz líder dos Decepticons começa a ter com tantas decisões terríveis que se vê forçado a tomar para ir atrás dos Autobots e do artefato que sustenta a vida de seu planeta. E podemos notar que pouco a pouco perturbação vai se transformando em loucura. Vale citar uma interessante referencia ao filme "Náufrago", com Tom Hanks, de um certo amigo que Megatron não conseguiu superar, além da participação impensável de outro louco roxo com canhão laranja...


Os Decepticons na série em geral foram muito bem caracterizados e tiveram um bom tempo de tela, como o cruel e lógico Shockwave, o oportunista Starscream (que mais uma vez tem seus momentos), além do frio e sagaz Soundwave.


Para quem é apaixonado pelo líder dos Autobots Optimus Prime, deve ficar surpreso como os sentimentos de medo, arrependimento, raiva e culpa vão sendo trabalhados ao longo da nova temporada. O embate dos líderes dos dois exércitos é elevado a um próximo nível nas cenas em que ambos estão sozinhos, a tensão, o misto de sentimentos e conflitos internos de cada um vem à tona demostrando o quanto a guerra é acima de tudo uma cruzada intelectual de ideais e as coisas não são tão simples de se resolver quanto parecem. O que é muito bom como a série tira Prime do pedestal de "super-homem" e o mostra como um individuo, que também é capaz de cometer erros (Vamos concordar que tirar o Allspark do planeta nunca foi a melhor solução!).

Os Autobots não passaram por bons bocados, mais uma vez, porém persistiam como sempre fazem, e com um pouco de sorte aqui ou ali podiam aos poucos continuar suas missões, por mas que é interessante como o roteiro da animação nos fazem ver o quão prejudicial é o sentimento de ódio dentro de um povo desesperado. Algo realmente legal da continuidade das séries da Netflix é como o telespectador consegue ver que cada personagem é um individuo com convicções e motivações, como essa raiva construída por séculos pela rivalidade da guerra, fazem ambos os lados agirem de forma não racional ou "certa" em diversos momentos, uma discussão muito bacana se analisada as relações entre os diferentes robôs.


E como confirmado pelo diretor da série F.J. Desanto, temos uma forte importância dos Mercenários, bots expatriados que fazem de tudo pelo preço certo, inclusive para os assumidos vilões Quintessons, uma bizarra espécie alienígena cheia de segredos e que está diretamente relacionada com a própria trajetória da sociedade cybertroniana e que é abordada na série até que de forma bem feita tendo em vista o curto espaço de tempo.

Diferentemente da primeira temporada, TRANSFORMERS WAR FOR CYBERTRON - NASCER DA TERRA não tem um ritmo tão cansativo e abordagem arrastada, na verdade pelo contrário, a trama vai se desenrolando de forma que quem está assistindo queira ver mais, com surpresas bem criativas episódio após episódio. O clima que vai variando conforme o foco, traz referencias maravilhosas a Geração 1(G1) e Comics da Marvel e IDW. 


Muitos podem ainda se incomodar com os apenas 6 capítulos dessa temporada, dentre alguns outros aspectos que a animação pecou, entretanto, considerando a proposta não tão fácil de fazer uma releitura de quase toda continuidade G1, os roteiristas fizeram um trabalho impressionante, que prende a atenção e te deixa ansioso pela continuação. E você já assistiu? Não deixe de dar sua opinião nos comentários!

ATÉ QUE TODOS SEJAM UM!

2 comentários:

Spart Siqueira (Lucas Siqueira) disse...

Muito bom o texto, gostei de ler!

Carlos Msk disse...

Acho a série ótima e vejo um pouco de Magneto e Xavier em Megatron e Optmus Prime. Na terceira temporada parece que teremos Maximal e Predacon, mas fico curioso de como poderiam amarrar a narrativa, sem destruir as continuidades de TF G1 e Beast Wars. Espero ansioso as próximas temporadas e espero que sejam muitas.

 
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